veg&tal

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A Sandra é das pessoas mais bonitas que conheço. Quis a vida que nos cruzássemos, sabe-se lá como, acho que nenhuma das duas se lembra bem, mas recordo-me das primeiras vezes que a vi, linda, em cima de um carrossel-palco, e eu, na plateia, a pensar o quão maravilhosa deveria ser aquela pessoa, para emanar um brilho daqueles. Tornei a vê-la noutras peças, com os seus ruivos caracóis, por essa altura já eu era fã, do Teatro do Mar, e dela. Nunca lhe disse isto.

Um dia, por circunstância, acabámos a jantar em casa dela. Batemos o vinho e acabámos a planear uma noite intensa de costura que, não acontecendo, foi pretexto para que os jantares improvisados e as noites de petiscadas se tornassem parte da nossa história. Em boa hora descobri que, esta luz que brilhava num palco, já reluzia na cozinha, e que o amor que lhe saía do peito se traduzia nas melhores iguarias vegetarianas.

Ficámos vizinhas, e eu não brinco com estas coisas do destino, mas é que tinha mesmo de ser assim. Meses volvidos, um restaurante perto vaga e o sonho dá-se! Nasce o Veg&Tal, que é de onde vos escrevo estas linhas.

Dona do abraço mais cheiroso, pariu esta casa-luz, esta bolha de respirar, este lugar longe do burburinho do mundo que corre. E não exagero quando o digo, a porta fecha-se atrás de mim e eu respiro fundo. Vir aqui é vir a casa dela, não há distinção, tudo quanto toca se transforma numa extensão de si mesma, e isso é tão bonito de se ver.

Fica em Sines, no Centro Histórico.
Apareçam.
♥︎

Domingo é dia de brunch no Ginger Café

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Ainda que sem saber, muito bem, como falar-vos deste sítio mágico, deste sítio-casa, preciso de tentar. Andava há muito a namorá-lo à distância, ainda mesmo antes de abrir. Disseram-me assim: “vai abrir um sítio Zero-Waste em Santo André, sabias?!” e eu fiquei histérica, precisei de lá ir ver com os meus próprios olhos, e lá estava, na montra (←📸)

Apaixonei-me de caras.

Há muito que me fintavam os fins-de-semana livres, e eu estava a precisar tanto deles, para estar com amigos, para matar saudades, para namorar, vivi 3 meses tão intensos que me esqueci de parar. Assim, no sábado, fomos comemorar a vida, entre sorrisos e dedos lambuzados de chocolate, festejámos o pequeno Ian. No domingo, acordámos tarde, estava tanto frio e a cama tão quentinha, com os gatinhos junto a nós, que foi a custo que de lá saímos. O dia apetecia, estava um dia lindo, frio, mas lindo como só os dias de Outono o são, e só tínhamos planos para as 16h. Foi quando me lembrei: “E se fossemos ao Ginger, André?” e fomos. No fim ainda passámos à praia da Vacaria, sem saber, ainda, da história da Pipa que vos conto abaixo. Há coincidências muito bonitas.

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As expectativas eram altas, segui cada foto, cada publicação, escutei cada testemunho de amigos que já lá tinham ido, e foi com grande felicidade que constatei que era exactamente como o tinha imaginado. Situado no Parque Central, que já de si é especial, o Ginger Café tem mesmo uma energia bonita. A decoração com elementos naturais, madeira - mesas TÃO lindas - muito verde e detalhes mágicos, fazem deste sítio um lugar para se querer estar. É como quando estamos de férias e só queremos que durem para sempre.

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Descobrimos que, ao domingo, é dia de brunch e alinhámos na sugestão de quem tão simpaticamente nos recebeu: um brunch com proteína de origem animal e um brunch vegan, para provar de tudo. O do André trazia leite com café (ele pediu com leite de aveia, ainda assim), sumo de laranja natural, iogurte com granola e compota de morango, ovos mexidos, tostas de abacate com tomate cherry e panquecas com mel e manteiga de amendoim. O meu trazia o equivalente vegan, pedi um chá da Pukka (este) no lugar do leite, sumo de laranja natural, pudim de chia com compota de morango, mexidinho de tofu, tostas de abacate com tomate cherry e panquecas com manteiga de amendoim e mel (que, ainda que fora do menu vegan, surripiei ao André, porque: gulosa). Estava tudo maravilhoso e em sintonia com o espaço, quando se faz o que se ama essa energia vibra em tudo quanto tocamos e é isso que por lá se sente.

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Antes de virmos embora falei um pouco com a Pipa, o coração por detrás deste sonho, e, durante a semana, propus-lhe escrever sobre o projecto.

Falar do Ginger Café é falar dela mesma e, por isso, foi pouco o que quis alterar nesta história, ela fala de tudo com o coração do lado de fora e sinto que é isso que tenho de vos mostrar. Trabalhou 18 anos em Marketing e, há 3 anos, descobriu que perdera a paixão pela profissão. Em busca do que a fazia feliz, arregaçou mangas e lançou 3 marcas: a Pineapple, a Beny's e a Bite (esta última já ligada à alimentação saudável, e de onde conseguia um segundo ordenado ao final do mês). Entre um trabalho e outro, o tempo apertava, mas como o amor move montanhas, saía do trabalho às 18h00 e ainda ia preparar encomendas das Bites para, no dia seguinte, à hora de almoço, despachar por correio.
Levou 2 anos a ganhar coragem para se despedir. “Acho que só consegues quando sentes que realmente tudo tem um timing certo para acontecer”, diz-me. O ano passado, tirou uns dias e veio a Santo André e foi na sua praia de criança (a Vacaria, esse tesouro tão bem guardado pelos Andreenses) que decidiu escrever ao Universo. Escreveu tudo, como se já tivesse acontecido. Escreveu ao pormenor tudo aquilo que queria e guardou-o… até ao dia em que se levantou de manhã e soube que era “o” dia. Largou as amarras que a prendiam a um emprego pelo qual se desapaixonara e, um mês depois, estava livre. Comprou viagem para Bali e por lá fez um curso de Vegan e Rawfood. Voltou para Portugal e foi tirar um curso de culinária, de um ano, no Instituto Macrobiótico de Portugal.
A ideia inicial para o Ginger era num espaço em Carcavelos mas, como há coisas que têm mesmo de ser, na Páscoa veio a casa e o irmão falou-lhe de um espaço no Parque Central. Escusado será dizer que foi amor à primeira vista e que, num bater de olhos, a Pipa viu logo o Ginger Café “ali e do jeitinho que está agora”.

”Durante todo o processo da minha mudança, tudo foi fluindo de uma forma incrível. Quando tu resolves mudar, o Universo conspira a teu favor e, é muito importante visualizares as coisas que queres e sentires como se elas já tivessem acontecido. Fui-me embora de Santo André há 22 anos, para a Faculdade, e fiquei por Lisboa, agora regressei a casa. Por isso é que, no Ginger Café, tens uma placa a dizer bem-vindo a casa.”


Esta pessoa-luz, que abriu esta casa-coração, merecia mesmo que todo este post fosse uma onda de positividade e, por isso, o único “não” foi o que acabei de escrever, há que evitar o que nos limita, pois é?


Vão lá conhecer:
facebook . instagram . morada

♥︎



A âmbar.

     O mês de Março passou a correr, Abril escapou-se-nos pelos dedos como areia e Maio já se vê por um canudo. Atravessámos Junho com muito sol, afinal, o Verão acaba de chegar - e este cantinho à beira mar plantado poupou-nos da chuva até aos últimos dias -, mas é da Primavera que nós mais gostamos, a nossa rua encheu-se de flores, os vizinhos colocaram vasos nas janelas e apesar da timidez da nossa buganvília, as petúnias e a lavanda já dão cor à nossa porta. 

     Com a Primavera, chegaram também os piqueniques entre amigos, os dias mais longos e a minha Feira favorita do ano. Tenho esta coisa com feiras, gosto do ambiente - tanto do lado de cá como do lado de lá da banca - e gosto de poder falar com os sorrisos por detrás das marcas que tanto nos inspiram. Podia falar-vos de várias que tenho conhecido assim, como a Lili, da Saponina, que abracei - finalmente - o ano que passou, e tantas outras - que tive o prazer de abraçar no evento que organizei, faz quase um ano, com a minha Ana -, como a Sapato Verde (eu sei, parece suspeito, mas gosto mesmo deles), a minha Lêveda (que tem o melhor pão caseiro e biológico do Alentejo) e a minha querida Zélia, que passo meio ano a querer abraçar e outro meio a tentar segurar-me para não lhe comprar tudo e mais alguma coisa. Acho que percebem a ideia. As feiras põem-nos em contacto com quem está do outro lado, isto é cada vez mais importante nos dias que correm e faz toda a diferença. Para nós e para eles, acreditem.

     Este ano, na Feira da Primavera, não só provei o folar de batata doce da Lêveda, como conheci a âmbar 😊🌿💛

     A âmbar é uma marca de biocosméticos artesanais e veganos que nasceu de uma amizade antiga entre a Telma e a Vanessa. Uma é designer, a outra licenciada em farmácia, mas ambas tinham imensa vontade de criar, de proporcionar às pessoas coisas de que precisassem de facto e que lhes fizesse bem. Movem-se pelo amor e respeito à natureza, à ciência, às coisas simples e verdadeiras. Só trabalham com matérias primas de origem natural, de elevada qualidade, com as quais criam de forma artesanal - respeitando sempre as boas práticas de fabrico -, produtos cosméticos que têm como princípio o respeito pelo nosso corpo. Lançam novos produtos apenas em resposta a necessidades genuínas expressas pelos seus clientes e, somente depois de muita pesquisa, oferecem formulações em que acreditam e que sejam de grande qualidade - daí ser tão importante este encontro em feiras, este contacto de quem consome com quem produz e vende, como vos falei acima.

     Não resisti e trouxe comigo um creme de mãos - que é divinal -, um creme de pentear super cheiroso - e que só ele me ajuda a desembaraçar este cabelo de personalidade forte -, um sabonete riquíssimo que ainda não experimentei mas estou desejosa, um óleo de rosto de rosa mosqueta com o qual já não sei viver… e lançaram há poucos dias um champô sólido com o qual já ando a sonhar!

     As embalagens são pensadas e desenhadas pela Telma e o design clean e minimalista foi o que me chamou a atenção e me fez parar junto delas. Têm embalagens em vidro âmbar, escovas de dentes de bambu, sabonetes nus e as únicas bisnagas que usam são em alumínio, estão na luta contra o plástico e foi, também, por isso que não resisti e vos tive de vir contar sobre elas. 

     Deixo-vos o link para as irem namorar. Vá, vão lá!