ali.

bea estava ali, mas não estava ali .
a maioria das vezes deixava-se levar atrás de um pensamento que a levava a viajar pelas memórias, no tempo. quando regressava trazia o coração cheio, «para mais uma semana», pensava, «devagarinho».
como se sentia vazia, quando tinha tudo aquilo que idealizara, era uma pergunta que lhe vinha ao coração demasiadas vezes e para a qual não tinha resposta.
gostava de voltar a viver coisas que já vivera, mas sabia-as diferentes, iria ser sempre diferente daí em diante. 

 

cuidar do passado.

Sonhou com ele, há meses que o deixara de fazer, não são coisas que se controlem mas sentia o seu coração tão cheio, que era como se aquela parte de si já não fizesse sentido. Como se coubesse, apenas, naquele cantinho que lhe tinha destinado... e nada mais do que isso. 

Mas esta noite sonhara com ele, talvez porque o tivesse deixado entrar nos seus dias, não o era propositado, mais como quando a água gela a meio do duche. Com a mesma surpresa. 

Quis saber como estaria. Permitiu-se pensar nele o tempo suficiente para o imaginar feliz, tão feliz como ela estava agora, e isso, trouxe-lhe paz ao coração.