Cerro os olhos e cai o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)
Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai o mundo inteiro.
Enfeitiçaste-me, em sonhos para a cama,
Cantaste-me para a loucura,
beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior da minha mente)
Tomba Deus das alturas;
abranda-me o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai o mundo inteiro.
Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior da minha mente)
Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a Primavera retornam com estrondo.
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior da minha mente.)
Sylvia Plath