aprender a voar.

não pensei dar três passos, sem voltar dois atrás para agarrar a tua mão. "calma, filhota", ouço-te dizer, à noite, que é quando ainda te deixo existir. e achei que não sobreviveria sem o teu riso, as nossas gargalhadas, que o mundo que nos inventara, de onde não consigo sair, ruiria com a tua ausência. quero contar-te que dei cinco passos, que voltei atrás e já não estava lá a tua mão, que dei mais três com medo de cair por não estares lá para me apanhar. mas que mesmo sem ti, aprendi a voar.