'his' e 'es'.

pode não fazer sentido. pode ser até, com toda a certeza, daquelas coisas que nos acontecem apenas para serem sentidas, porque se tornam impossíveis de partilhar. tenho tido a sorte de cruzar pessoas excepcionais na minha vida.
pequena vida.
minúscula vida.
e mais do que pessoas luminosas, corações luminosos, sorrisos de muita luz. 
trabalhar num sítio com uma porta aberta tem sido um bom veículo e teria mil e uma histórias para partilhar... como aquele senhor com quem tinha, exactamente, uma diferença de 60 anos de idade, casado com uma espanhola que fugira de casa, por ele. e então, um viúvo feliz por ter tido o privilégio de uma vida tão cheia de amor. nunca falámos do presente, mas o seu passado era um livro que me lia com gosto e que eu absorvia de olhos e coração abertos, ainda hoje lhe lembro o sorriso, o abraço apertado e o tão característico adeus, por baixo de um chapéu de feltro. 
ou, mais recentemente, o senhor com um sorriso azul-de-olhos que me apertou a mão com força e, debaixo de um bigode me disse: "quando casar, quero ir ao seu casamento, quero que case como eu casei, por muito tempo e com muito amor".
e hoje, a senhora de descendência alemã que nasceu espanhola. que casou na Alemanha e morou entre lá e Portugal por vários anos. falámos de tudo e de nada e deixámos um chá marcado para antes do seu regresso, agora definitivo, à Alemanha.

eu disse que poderiam parecer coisas sem sentido, quando partilhadas, mas enche tanto o coração cruzar pessoas de vidas tão cheias e a transbordar de 'his' e estórias. 

por tudo isto e mais, bolas... sou tão feliz!